Camila Thiesen e Gabriel Tomich: A arte da arquitetura com identidade e significado.

Brava 9 de maio de 2025

O olhar de um arquiteto transcende a mera observação e amplia perspectivas. Diante de uma paisagem natural ou em um ambiente construído, a percepção é aguçada, captando referências, conquistando inspirações. É assim com a arquiteta Camila da Rocha Thiesen, titular da Metropolitano Arquitetos, que considera impossível estar em um espaço sem observar as soluções arquitetônicas, seja em uma praça ou em uma cafeteria. “Mais do que estética, a arquitetura é uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida das pessoas e moldar o futuro das cidades”, reforça. 

Camila conta que adora tudo o que envolve desenho: mobiliário, interiores, edificações ou espaços urbanos. “Cada projeto é uma oportunidade de realizar sonhos – desde interiores residenciais, que tocam vidas individualmente, até espaços públicos e comerciais, que impactam uma rede maior”, afirma. Para ela, “Arquitetura é, sem dúvida, uma grande paixão”.  

No Metropolitano Arquitetos, Camila estabelece parceria com outros profissionais para o desenvolvimento dos projetos, como o arquiteto Gabriel Hildebrand Tomich, com quem assina o projeto de interiores do empreendimento Brava.

Assim como Camila, Gabriel também tem uma conexão profunda com a cidade de Porto Alegre. Formou-se em Arquitetura em 2019 pela UFPR e atualmente faz mestrado em Teoria, História e Crítica da Arquitetura na UFRGS, na capital gaúcha. “O posicionamento forte da construtora em favor da boa arquitetura e do cuidado com a qualidade construtiva são valores que tornam essa parceria especial”, revela Gabriel. 

Na visão de Gabriel Tomich, a arquitetura tem um papel que ele chama de “contraditório” por tratar, ao mesmo tempo, “da materialidade da construção” e “de uma ideia do que os espaços podem ser”. No contexto da experiência com o empreendimento Brava, explica: “É muito prazeroso participar, de forma paciente, desse processo que envolve a idealização, maturação e materialização de um projeto”. Camila acrescenta que, de forma pragmática, a arquitetura “resolve problemas funcionais, cria experiências e transforma espaços em lugares de convivência e significado”. 

Camila Thiesen afirma que, desde o primeiro projeto para a Colla, houve um entrosamento muito positivo com a incorporadora, “uma boa sintonia com a visão dos diretores em criar espaços com qualidade e identidade”.

Ela explica que a visão “pautada por uma arquitetura diferenciada, que prioriza o bem-estar e a funcionalidade, somada ao cuidado com a excelência construtiva” é fundamental para o sucesso do projeto. “Trabalhar com a Colla é estar em constante diálogo sobre como transformar ideias em experiências”, pontua.  

É com esse norte que os dois arquitetos juntaram competências para colaborar com a Colla no empreendimento Brava, onde a busca por conforto, excelência e harmonia dialoga com o desejo de oferecer justamente a experiência transformadora que a arquitetura de qualidade visa proporcionar.  

Brava, por Metropolitano Arquitetura

No projeto para o Brava, desenvolvemos as áreas sociais em conjunto com o partido arquitetônico do edifício, concebido pelo arquiteto José Barros de Lima. Desde o início, buscamos estabelecer uma relação significativa entre os interiores, a rua e as intenções volumétricas já definidas. Nos interiores, propusemos soluções que conectam os diferentes ambientes, promovendo fluidez e integração. A arquitetura foi pensada para atender às expectativas de conforto e exclusividade do empreendimento, explorando ideias que valorizam transparência e leveza, mesclando elementos naturais e industriais. O uso de componentes metálicos reflete essa abordagem, interagindo com as características de cada espaço. Em harmonia com esses materiais, incorporamos pedra, madeira e vegetação, criando uma atmosfera equilibrada. 

O elemento metálico quadriculado do acesso social desperta a curiosidade e revela a entrada ao empreendimento com sutileza. No acesso coberto, a interação entre elementos naturais e arquitetônicos ganha destaque. A luz do sol, filtrada pela malha metálica, dialoga com a vegetação das floreiras, enquanto o piso e a parede de pedra conferem solidez ao ambiente. O painel e o forro de madeira trazem acolhimento. Nesse ambiente de transição, o banco, que delimita uma das floreiras, surge desde o passeio e conduz o visitante com sutileza ao interior do edifício. Logo à frente, o painel de marcenaria, com porta pivotante de vidro, marca a passagem para o lobby. 

No lobby, a transição entre o pé-direito simples do acesso coberto e o pé-direito duplo revela uma escala mais ampla. O painel de madeira envolve o ambiente, criando uma linha contínua que dialoga com a escala humana. Um elemento metálico suspenso, em chapa ondulada e perfurada, transforma a luz em protagonista: de dia, filtra a luz natural, criando sombras dinâmicas; à noite, destaca texturas com iluminação artificial. Esse elemento, em formato de U, traz leveza e se torna um ponto de interesse arquitetônico. 

O contraste também se manifesta no lobby: colunas robustas de concreto aparente convivem com poltronas baixas e bancos sinuosos de madeira, que serpenteiam pelo espaço. Luminárias embutidas no piso destacam o painel de madeira e guiam os visitantes pelos diferentes percursos e acessos. Mármore no piso, madeira natural e paredes com pintura mineral complementam a paleta de materiais, reforçando a conexão com a natureza. Seguindo pelo painel de madeira, o visitante é conduzido aos elevadores sociais. O painel organiza os fluxos, levando também à garagem e à circulação vertical de serviços, passando por uma galeria fotográfica com imagens do Uruguai, que dialogam com o conceito do projeto. A distribuição simétrica dos acessos aos apartamentos com as mesmas soluções e materiais confere equilíbrio ao layout e garante que ambos os caminhos possuam o mesmo nível de importância. 

No segundo pavimento, dedicado à convivência social, os moradores encontram espaços para diferentes idades e interesses. O lounge central, dividido em dois ambientes, conecta as áreas sociais. De um lado, o espaço para o público jovem inclui mesa de pingue-pongue e sofá despojado. Do outro, voltado ao salão de festas, há uma mesa de sinuca e poltronas confortáveis. Ambos mantêm conexão visual e estética, com materiais comuns, como a chapa metálica ondulada e perfurada, e iluminação integrada. O lounge também se abre para o jardim externo, ampliando a sensação de espaço por meio de esquadrias deslizantes piso-teto.

No ponto do empreendimento voltado para a esquina entre a rua Quintino Bocaiúva e a Travessa Petrópolis está o salão de festas, que permite configurações variadas de uso. Amplas esquadrias piso-teto conectam o espaço às sacadas externas, trazendo luz natural e integração com o entorno. O ambiente conta com áreas de estar descontraídas próximas ao terraço, uma mesa de jantar para 14 lugares e uma área gourmet com parrilla, ilha e sofá. Uma mesa orgânica, desenhada especialmente para o salão, está engastada em uma coluna de concreto aparente, reforçando a singularidade do espaço. O núcleo de apoio, equipado com refrigerador, adega, máquina de gelo, cafeteira, entre outros eletrodomésticos, conta com copa e banheiro de serviço, que atendem às necessidades funcionais. No banheiro social do salão de festas, a cuba esculpida em mármore e o espelho suspenso se destacam. 

A academia, localizada junto à fachada da rua Quintino Bocaiúva, é pensada para o bem-estar. O piso amadeirado traz acolhimento, enquanto o piso emborrachado na área central atende a exercícios de impacto. As esquadrias piso-teto da fachada e os espelhos com iluminação ampliam o ambiente, que também se conecta visualmente à piscina térmica por um vidro fixo. 

Próxima ao jardim e ao lounge, a brinquedoteca é um espaço lúdico, com mesinhas e pufes no centro e uma estrutura de marcenaria multifuncional, onde as crianças podem desfrutar o ambiente: subir por uma escada até um nível superior, descer por um escorregador para uma piscina de bolinhas, e explorar nichos perfurados que oferecem cantinhos para leitura e brincadeiras. A esquadria minimalista estabelece relação com o jardim interno, trazendo luz natural ao espaço. 

Entre o lounge e a piscina térmica, está o spa, um espaço projetado para proporcionar relaxamento e introspecção. O spa foi concebido como uma “caixinha de madeira”, com sala de estar, sala de massagem, sauna úmida e dois banheiros. Apesar de estar em uma área sem janelas externas, sancas de iluminação artificial criam a sensação de luz natural, enquanto a vegetação integrada reforça a conexão com o natural. 

O ambiente da piscina térmica, assim como o lobby e o lounge, explora o uso da chapa metálica ondulada como revestimento. O ambiente é iluminado naturalmente por duas grandes claraboias e esquadrias piso-teto, que podem ser abertas para unir o espaço interno com o exterior. O mármore, empregado no piso, reveste a parede mais longa do ambiente, com paginação desenvolvida especialmente para o local, e confere um toque de atemporalidade ao espaço. Com 25 metros de comprimento, a piscina conta com raia para natação, espaço dedicado à hidromassagem e piscina infantil, proporcionando momentos de lazer para todas as idades. Além da conexão visual com o céu e o jardim, a área da piscina térmica mantém também uma interligação com a academia e a sauna, por meio de esquadrias de vidro, permitindo que os usuários desfrutem de uma experiência integrada.

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