
O ano era 1995, o dia, 30 de novembro. Por coincidência, era meu aniversário e eu estava indo pra Disney com toda a família. Na época, eu tinha 4 anos e nem sabia o que isso significava, mas chegando lá, eu e meus pais descobrimos que meu irmão, 3 anos mais velho, ia aproveitar muito mais do que eu. Eu era tão pequeno que nem conseguia passar no limite de altura que é requisito em grande parte dos brinquedos. Além dos autógrafos do Mickey e Pato Donald, a minha maior lembrança da viagem foi o avião inteiro cantando parabéns pra mim, o meu aniversário é sempre um dia especial e aquele ano eu nunca vou esquecer.

Uma viagem para a Disney sempre muda a nossa vida, para mim, é impossível entrar no avião de volta sem ter aprendido alguma coisa. Independentemente da idade, sempre se leva algo que pode ser aplicado na forma como enxergamos a vida, nos nossos sonhos profissionais ou em ambos. Em 1995, a Disney mudou a vida do meu pai e logo depois mudaria a minha. Lembro que aquela foi uma das primeiras viagens internacionais da nossa família, o trabalho sempre esteve em primeiro lugar e a renda não permitia muito lazer.
Meus pais contam que viajamos em um grupo, com aqueles pacotes que existem até hoje e que eram muito mais comuns antes da internet. Nesse grupo, eles fizeram um amigo que trabalhava em uma agencia de publicidade, eu tenho contato com ele até hoje mas não guardo lembranças da época da viagem. Durante o passeio, em uma das atrações infantis, eu e meu irmão nos divertimos muito com uns bonequinhos que tinham um sorriso com a carinha amarela e sem o nariz, na hora, a gente ainda não sabia mas a nossa felicidade com o brinquedo também tinha chamado a atenção do nosso pai.
Depois de uma cansativa caminhada pelo parque, chegou a hora do almoço, finalmente o descanso, o momento aguardado de comer um baita hambúrguer com batata frita no maior estilo americano. Meus pais convidaram o novo amigo, aquele da agência, e sua família para nos acompanharem no lanche. Quando a conta chegou, meu pai usou o cartão de credito para pagar e precisou assinar a nota fiscal, isso é muito comum quando se paga em credito fora do país, assim que meu pai assinou o amigo dele desenhou uma carinha sem nariz, a mesma do boneco, na via do cupom que ficou com a gente. A assinatura do meu pai é um desenho estiloso que forma um círculo e complementa com uns rabiscos na parte de baixo. Naquela hora, nascia a carinha da Colla, que ficou marcada como logo da nossa empresa desde 95.

Como muita coisa na nossa família, o logotipo que representaria o nosso futuro nasceu de um almoço informal, a marca conseguia transmitir o que tinha de mais importante para cada um de nós. A felicidade da família e a seriedade da assinatura do fundador da Colla Construções.
Rafael Colla